O presidente do Partido Socialista Brasileiro (PSB), Carlos Amastha, o deputado federal Tiago Andrino (PSB) e o advogado Marlon Reis reuniram a imprensa na tarde desta quarta-feira, 20, em Palmas (TO), para revelar suposta utilização da Polícia Civil (PC) para promover perseguição política. Eles apresentaram como prova uma gravação de áudio em que um delegado identificado como Guilherme Rocha teria sugerido forjar um flagrante para prejudicar a campanha de Amastha em 2016. Na época, ele era prefeito de Palmas e disputava a reeleição.

No áudio divulgado à imprensa, o delegado Guilherme Rocha conversa com um agente e sugere que seja feito um “backup” – segundo o advogado Marlon Reis, a palavra “backup” significa um ‘flagrante’. A suposta armação deveria ser feita pelo agente durante uma ação de entrega de cestas básicas da Prefeitura de Palmas, na época Amastha, era prefeito de Palmas. “Fica atrás do motorista. Se achar um santinho, por exemplo, escondido embaixo de carpete, de estepe, essas coisas”, sugere. No áudio ainda é possível identificar que os nomes de Amastha e Andrino foram citados durante o diálogo. O jurídico já apresentou um parecer técnico que concluiu que a voz “pertence” ao delegado e não houve adulteração do documento. (VEJA ABAIXO)

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O ex-prefeito falou durante a coletiva, que o esquema usando a estrutura do estado, teve como fim a possibilidade dele se tornar governador do Tocantins. Segundo ele, o irmão do delegado, Felipe Rocha, filiado ao PSB, teria motivado as ações contra o ex-prefeito.

“Eu posso garantir que tem muitas testemunhas de quantas vezes ele falou publicamente que o irmão dele ia nos prender, e que não ia sossegar enquanto não conseguisse. E adivinha o motivo? Questão política. Porque segundo ele, teria sido protelado no partido para apoiar o Tiago”, lembrou Amastha.

Amastha relembrou a operação Jogo Limpo, da Polícia Civil, que tinha como integrante nas buscas e apreensão na Fundação Municipal do Esporte e Lazer de Palmas (Fundesportes), o delegado Guilherme Rocha. A ação ocorreu em 26/02/2018, quando Amastha ainda era prefeito. Na época, foram alvos 10 federações e Organizações Não Governamentais (ONG), além de quatro empresas. À época, foram cumpridos 24 mandados de prisão temporária e 33 mandados de busca e apreensão em Palmas, Paraíso do Tocantins, Nova Rosalândia, Paranã e Miracema. Segundo Amastha, o nome dele era sempre citado durante as oitivas da Polícia Civil.

“Todo mundo que ia depor, chegava o delegado e perguntada “E o Amastha? E o Amastha?”, um negócio horroroso. Quando estava chegando ao fim, o delegado pediu mais 180 de prorrogação e ele se colocou como o único que poderia falar nesse processo”, lembrou Amastha.

Marlon Reis afirma que não irá adiantar demais medidas judiciais por estratégia, mas garantiu que “não vai ficar pedra sobre pedra” em relação às investigações conduzidas por Guilherme Rocha, sugerindo até a participação de outros agentes públicos, mas sem citar nomes. “Não vamos deixar barato essa história. Vamos para dentro dos processos e pedir a nulidade de absolutamente tudo que teve à frente essas pessoas no processo de investigação”, concluiu.

OUÇA O ÁUDIO ABAIXO: